Homem é condenado por incitar discriminação em rede social

Crimes de discriminação são os que mais cresceram na internet no país.
ONG SaferNet Brasil tem central de denúncias de crimes cibernéticos.

 

Edição do dia 07 de fevereiro de 2017

A Justiça Federal em Taubaté, no interior de São Paulo, condenou um homem por incitar a discriminação em uma rede social. Ele publicou comentários contra nordestinos, nortistas e cariocas depois das eleições presidenciais e alegou que foi um desabafo motivado por indignação política. A pena de prisão foi substituída por prestação de serviços e multa de dois salários mínimos.

Crimes como esse, de discriminação, têm se multiplicado internet no Brasil.

São muitas as tentações. O vídeo do Fundo das Nações Unidas para a Infância é um alerta sobre o que vem e o que vai pela tela do computador. E se há um tema que está bombando na internet, infelizmente, é a intolerância.

Quem afirma isso é a ONG Safernet Brasil, responsável pela central de denúncias de crimes cibernéticos no país, uma espécie de delegacia digital, que funciona em parceria com a Polícia Federal e o Ministério Público. Ela constatou que, entre os crimes denunciados, as discriminações são os que mais cresceram, quase dobraram em quatro anos e lideram o ranking das principais violações on-line.

O vazamento de imagens íntimas vem logo depois, seguido de vazamento de dados pessoais, conteúdo de ódio e violência e, por último, golpes, fraudes e e-mails falsos.

A cada ano que passa fica mais claro que a internet democratizou a informação para o bem e para o mal. Ao mesmo tempo em que ela se transformou numa fonte inesgotável de conhecimento, ela abriu as portas para os piores aspectos do ser humano. Só em 2016, no Brasil, o telefone da ONG recebeu 115 mil denúncias de crimes contra os direitos humanos.

E, agora, como se defender disso?

O Comitê Gestor da Internet criou cartilhas com dicas para o uso consciente da internet para adultos, crianças e adolescentes.

Elas sugerem, por exemplo, que a idade ideal para ter um perfil numa rede social seja de 13 anos.

“Crianças pequenas precisam ser orientadas, precisam ser supervisionadas. Adolescentes precisam ter espaço de diálogo onde eles possam construir esse conhecimento de uma forma horizontal, que não seja mediada pela fala de um especialista, que não seja mediada por um campo no qual alguém sabe muito e outro sabe pouco”, disse Fabiana Gorenstein, oficial de proteção à criança da Unicef.

Outra orientação importante vem do Ministério Público Federal. É preciso denunciar para que os crimes cometidos na internet sejam punidos.

“Embora todos os estados do Brasil nós tenhamos um canal on-line para as pessoas denunciarem no site das procuradorias da República, as pessoas muitas vezes não denunciam. Normalmente nós conseguimos identificar o autor, então a questão é realmente fazer a denúncia”, explica Neide Cardoso de Oliveira, procuradora regional da República no Rio de Janeiro e coordenadora do grupo de trabalho de combate a crimes cibernéticos da Segunda Câmara do MPF.

E o principal: educação.

“Educação que coloque o respeito e a valorização da diversidade em primeiro lugar, o respeito às diferenças e o reconhecimento da diversidade como algo fundamental para uma democracia em um país tão marcado pela diversidade e pela mestiçagem como é o caso do Brasil”, afirmou Thiago Tavares, presidente da Safernet Brasil.

Fonte> http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2017/02/homem-e-condenado-por-incitar-discriminacao-em-rede-social.html

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