México, o país latino-americano que mais pratica o ‘sexting’

 Por: Zorayda Gellegos, Cidade do México, em 16 de julho de 2016

Aproximadamente quatro milhões de crianças e jovens enviaram imagens com conteúdo sexual

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Campanha disponível em http://brasil.elpais.com/brasil/2016/07/14/internacional/1468453568_658360.html

O vídeo de dois estudantes praticando sexo oral na aula de uma escola de Acapulco se tornou viral em junho. As autoridades que investigam crimes cibernéticos em Guerrero alertaram imediatamente os internautas que não o compartilhassem porque poderiam ser cúmplices de crime de pornografia infantil. O motivo é que nas imagens apareciam dois menores de idade. Nos últimos anos, casos como esse aumentaram no México, país que ocupa o primeiro lugar na América Latina na prática do sexting, que consiste em enviar imagens com conteúdo sexual pelo celular e Internet.

No país existem aproximadamente quatro milhões de crianças e jovens que enviaram imagens com conteúdo sexual, explicou Ximena Puente de la Mora, presidenta do Instituto Nacional de Transparência (Inai). Uma pesquisa da Aliança pela Segurança na Internet aplicada a estudantes de seis a 19 anos de idade demonstrou que 36,7% deles conhece alguém que enviou ou reenviou fotos suas nus e seminus, tanto a conhecidos como a desconhecidos. “O sexting é uma ameaça latente porque começa como diversão, mas pode terminar em uma situação grave, que saia do controle e produza consequências físicas e psicológicas”, disse Ximena.

Os dados foram divulgados durante a apresentação da campanha Pensar Antes de Sextear, levada a cabo pelo Inai com organizações públicas e privadas, que busca alertar sobre os riscos dessa prática. Em 2009 já se alertou sobre os perigos do sexting, mas agora são registrados mais casos que envolvem pessoas cada vez mais jovens, disse Javier García Blanco, representante da Telas Amigas, uma iniciativa que promove o uso seguro da tecnologia. “É um problema global e que está aumentando; uma prática simples de ser realizada porque só é preciso um celular e o próprio corpo”, ressaltou.

Os danos que pode causar são irreparáveis. Os menores de idade ficam expostos ao assédio cibernético, à extorsão, à chantagem e até à pornografia infantil, disse Puente de la Mora. A divulgação de conteúdos íntimos pode ter consequências legais. O Inai alertou que essa conduta pode ser crime em alguns Estados, agindo contra a intimidade e a liberdade sexual, assim como a pornografia infantil.

No México a Coordenação para impedir crimes eletrônicos, um braço da Polícia Federal, se encarrega de vigiar e rastrear as páginas da Internet onde são cometidas atitudes criminosas. No ano passado monitorou 10.839 sites relacionados com movimentos anômalos, de acordo com dados do Governo mexicano. Além disso, em um ano e meio a Divisão Cibernética –também da Polícia Federal– atendeu 53.573 incidentes de segurança na Internet, mas foram iniciadas somente 261 investigações por crimes de alto impacto e pornografia infantil como resultado da vigilância na rede.

Fonte: http://brasil.elpais.com/brasil/2016/07/14/internacional/1468453568_658360.html

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